quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Presos na Caixa?

Nesta semana, lemos o ultimo capítulo do livro "A Filosofia da Caixa Preta" de Vilém Flusser e recebemos uma interessante tarefa: Como relacionar a filosofia da fotografia com os atuais meios digitais?

Para responder esta questão à nossa maneira, precisamos primeiramente apresentar um conceito-chave de Flusser: o conceito que ele chama de "funcionário". Para ele, o funcionário é aquele que obedece comandos automaticamente, logo, sem reflexão nem aprofundamento nos comandos do programa da máquina fotográfica.
Um funcionário não tem liberdade, é incapaz de criar algo novo e sua produção é igual aos demais.
Então, Flusser cria a metáfora da "Caixa Preta", que é algo desconhecido pela maioria e apenas conhecida a fundo pelos fotógrafos - os especialistas da câmera fotográfica. Flusser propõe um "branqueamento da caixa preta" - um conhecimento total das técnicas e um domínio da máquina ao invés do homem ser dominado pela sedutora tecnologia.
Segundo o autor, o homem constrói um aparelho tendo como objetivo a extensão do corpo humano, tendo-o como molde, porém logo a máquina vira um espelho da sociedade e do próprio ser humano, tornado-se então uma relação recíproca. Acontece o mesmo no mundo da fotografia, sendo que a unica diferença existente é que não se trata mais de uma máquina e sim de modelos de pensamento. Por isso colocamos a questão da liberdade em outros parâmetros, pois, onde há espaço para a liberdade num universo onde somos apenas usuários da tecnologia, assim como dos meios digitais? A resposta, como dito anteriormente, passa pelo branqueamento da caixa, ou seja, o conhecimento pleno de seu funcionamento, a ponto de ser possível criar algo para o qual não estava programada, ou seja, decifrando-a, e assim conseguindo inovar.

Qual a diferença entre elas?